«A Grécia está prestes a lançar a toalha para o ringue, desistir e reestruturar a dívida. Os mercados castigam Espanha e o seu risco atinge os máximos. A Itália, farta de arcar sozinha com a porta de entrada da Europa, a Sul, manda para as fronteiras do Norte comboios com tunisinos. A França pára-os, aos comboios, e abre a maior crise franco-italiana desde que Mussolini sonhou com Nice. Marine Le Pen, a filha do pai, diz que quer acabar com as fronteiras comuns europeias: "Devemos sair de Schengen." E ela ainda não ganhou, ao contrário do finlandês Timo Soini, o do grito europeísta de recorte generoso: "Europeus, cada um por si!" Mais longe, a agência de rating Standard & Poor's ameaça retirar o eterno AAA e dar negativa à dívida pública dos Estados Unidos... O mundo está mais do que perigoso: ninguém o entende. Enfim, ninguém, é exagero, neste jardim à beira-mar plantado conhecemos a causa - e discutimo-la. É ler as manchetes, ouvir os debates televisivos, frequentar os blogues. Taxativos. Os portugueses conhecem a causa do desvario. Só que há duas versões. Há quem diga que é tudo por causa do convite do PSD a Fernando Nobre para presidente do Parlamento. E há quem diga que é por o PS ter expurgado das listas apoiantes de António José Seguro. É doloroso assistir à ignorância do mundo por estes dois acontecimentos cruciais.»
[Ferreira Fernandes in DN]
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