2010/07/03

Revolução na cronologia da vida na terra















[CNRS Photothèque/ Kaksonen]

Cientistas de um grupo internacional, liderado por Abderrazak El Albani, da Universidade de Poitiers, em França, descobriram numa jazida perto de Franceville, Gabão uma série de fosseis que vem revolucionar a cronologia da vida na terra.
Trata-se de um conjunto de cerca de duas centenas de exemplares com dimensões entre 1 e 12 centímetros que foram datados, sem margem para dúvidas, com 2,1 mil milhões de anos. Estruturas químicas particulares de carbono e enxofre identificadas e um biomarcador confirmaram, respectivamente a origem biológica dos fósseis e também a sua natureza pluricelular e eucariotica (dotado de núcleo). As análises geoquímicas efectuadas sugerem ainda que os organismos terão vivido em ambiente aquático rico em oxigénio. O eucarionte mais antigo que se conhecia, um organismo designado chamado Grypania spiralis, viveu há 1,6 mil milhões de anos e era, de resto, composto por uma única célula. Os fosseis agora descobertos tomam o lugar dos representantes mais antigos da vida pluricelular alguma vez encontrados, o que se reveste da maior importância, uma vez que a transição das formas de vida unicelulares para multicelulares foi um passo crucial na evolução da vida na Terra e abriu caminho para o surgimento de todos os organismos complexos, designadamente os animais e as plantas.
O achado faz recuar em 1,5 mil milhões de anos o momento do inicio da vida complexa no planeta, que até aqui se julgava ter surgido há apenas 600 mil milhões de anos atrás. El Albani propõe que o local da jazida seja declarado património da humanidade pela UNESCO.

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