2012/06/01

O misantropo e o baile

Não sei por que estou a escrever.
Não, não faço a mínima ideia.
Sequer sei porque estou a viver,
Honestamente, digam-me o sentido disso.
Nascer, crescer, socializar, procriar e morrer.
Socializar!
Por que diabos tenho eu de socializar?
Não me empolgam, de modo nenhum.
Não posso ficar eu e minha literatura?

Ter de fingir que gosto de vocês,
Não, obrigado.

Para que amar na frente e odiar pelas costas?
As relações não são assim, não ao meu ver.
Sou completo, sempre.
Amo-te em tua frente e às tuas costas.
Odeio-te em tua frente e às tuas costas.
Simples assim.

Mas não, há quem insista em mentir.
Usar máscaras, ser uma personagem diferente para cada situação.
Não tenho ânimo para isso, de modo algum.
Usar máscaras, mentir o tempo todo pode ser bom,
Mas tomai cuidado, ela pode pegar à cara.
E nesse vosso baile, ninguém é alguém.
Pensam dançar uns com os outros,
Mas estão a dançar com a máscara dos outros.
Nunca com eles mesmos.

E eu, por negar-me a usar a máscara
Fiquei de fora do baile, por toda a noite.

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